É certo que o último ano letivo nos obrigou a alterações nos contextos educativos e são mudanças e desafios que permanecem e teremos que enfrentar, então o objetivo do artigo de hoje é passar para vocês, pais e cuidadores, estratégias e o que podem fazer para facilitar este regresso à escola, que tem um significado muito diferente dos anos anteriores.
// Em 1º lugar, é muito importante e obrigatório que exista uma conversa com a criança no sentido de a preparar para as mudanças. Não queremos que a criança chegue à escola e se depare com um panorama que ainda não tenha idealizado.
Quanto mais a criança estiver informada, melhor entenderá, mais confortável se sentirá em relação ao ambiente e ao cumprimento das normas que são pedidas. Deve aproveitar este momento para reforçar e rever as boas práticas de higiene com a criança, ensinando-a, exemplificando na prática, de preferência como deve lavar e desisfetar as mãos, por exemplo, ou ainda os cuidados a ter com os materiais.
Ou seja, abordar aqui os comportamentos pró-saúde, devendo ainda igualmente abordar os pró-sociais, que resulta numa conversa aberta com a criança daquilo que se espera que seja o seu contacto com os amigos e pessoas da comunidade escolar, esclarecer bem o que é e o que não é suposto permitido fazer.
O objetivo disto é desconstruir, descomplicar um bocadinho e assim tranquilizar a criança.
// Em 2º lugar, é necessário que estejam preparados para lidar com alguma “ansiedade de separação”. Em particular para as crianças mais novas, porque foi bastante tempo, foi um período prolongado, de contacto exclusivo com os pais e cuidadores principais, então pode ser especialmente stressante a vivência da separação no regresso à escola.
De forma a amenizar estes sentimentos é importante que saibam reconhecer e identificar os receios e sentimentos de ansiedade em si próprios, pais, mas também nas crianças, promovendo formas saudáveis de lidar com eles sem cair em exageros.
Ainda dentro deste assunto do diálogo, incentivem as crianças a expressarem as suas emoções, disponibilizando-se para o diálogo e validando o que sentem relativamente ao regresso à escola.
Por exemplo, no final do dia, depois da escola, conversem sobre como correu o dia, fazendo um ponto da situação, incluindo o que gostaram, o que correu bem e, por outro lado, o que as deixou preocupadas e não correu tão bem de forma a que a criança não se sinta desorientada mas sim, que sinta que tem o apoio de um adulto de referencia na resolução dos problemas ao antecipar aspetos positivos e negativos.
Assim como devem disponibilizar tempo para o dialogo devem também reservar algum tempo de brincadeira. É importante incluir este tempo em família de forma ajustada, para que haja um momento de conecção, de ligação entre pais e filhos, através de uma atividade prazerosa para a criança.
E de forma a concluirmos, o importante é que de facto os pais se sintam positivos, confiantes e esperançosos neste regresso, caso contrario estarão a passar aos seus filhos todos os sentimentos de insegurança e incerteza.
Espero que as dicas sejam uteis e desejo a todos um bom regresso às aulas.
Este artigo foi escrito pela Dra. Sara Carvalhais, psicóloga do Centro Clínico ADCA
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