Assinalou-se, dia 3 de Outubro, o Dia Europeu da Depressão. A Organização Mundial da Saúde estima que mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão em todo o mundo. Em Portugal, afeta cerca de 10% dos cidadãos. A depressão é um conjunto de pensamentos, sentimentos e comportamentos que vivenciamos como resposta a um acontecimento ou circunstância da vida seja ela passada ou do momento presente. A depressão é mais do que sentir-se triste e/ou aborrecido durante uns dias, ou seja, é prolongada no tempo e afeta negativamente o dia-à-dia.
De forma a perceber o quão incapacitante pode ser viver com a Depressão aconselho o vídeo no YouTube da OMS com o titulo "cão preto". Cada pessoa experiencia os estados depressivos de forma diferente, pois varia consoante as circunstâncias e o tipo de estratégias e resiliência de cada pessoa. As crianças e os adolescentes, comparativamente com os adultos, ainda estão a desenvolver as suas competências para lidar com esse sofrimento, têm menos controlo sobre a sua vida e, são mais vulneráveis. Portanto não só podem sentir grande sofrimento psicológico, como também podem experimentá-lo desde pequenas, e de forma intensa. A maior parte dos sinais e experiências de Depressão das crianças e adolescentes são semelhantes aos dos adultos, mas existem algumas diferenças. Como por exemplo:
Crianças mais pequenas podem revelar tristeza, choro, irritabilidade, comportamentos de dependência, dores sem explicação, recusarem ir para a escola ou perderem peso.
Os adolescentes podem demonstrar tristeza, irritabilidade, sentimentos negativos de inferioridade, raiva, diminuição do desempenho escolar, sentimentos de incompreensão, abuso de álcool e drogas, alterações de sono e na alimentação, comportamentos de automutilação e isolamento/evitamento de interações sociais com família e amigos.
O impacto da depressão sente-se na própria criança (autoestima e autoconceito), na realização das tarefas do dia-à-dia, no desempenho académico, na relação com os outros, etc. Como identificar sinais e sintomas no seu filho? Esteja atento aos sinais e a alguma mudança de comportamento, observe com atenção o seu filho relativamente a alterações de humor, diminuição de interesse pelas atividades, alterações no apetite e no sono, etc. Como pode ajudar? Valide os sentimentos do seu filho, pratique a escuta ativa, seja paciente e perseverante, procure ajuda de um profissional.
// Texto escrito por Daniela Teixeira da Fonseca (Psicóloga)
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