O mês de setembro representa para muitos, o início de mais um ano letivo o que significa também o regresso das rotinas, a adoção de novos hábitos e novos horários, exigindo um esforço tanto para os pais como para os filhos.
Lidamos ainda com o medo e preocupação acrescida, associada ao contexto pandémico em que vivemos. Por isso mesmo, é natural que pais e filhos possam experienciar uma variedade de sentimentos face a este processo
Existem, no entanto, algumas medidas que os pais e cuidadores podem adotar para facilitar este regresso à escola, ajudando assim a gerir os sentimentos e emoções que normalmente lhe estão associados.
· Comecem a preparar com alguma antecedência este regresso, para que as crianças e jovens se sintam mais confiantes e seguros. Arrumar e preparar o espaço de trabalho, comprar os livros e os materiais escolares, saber o horário escolar, são algumas das atividades que ajudam no regresso à rotina escolar, mantendo, contudo, ainda alguma descontração, com momentos de lazer e diversão. Também é importante começar a definir horários próximos dos que serão nos dias de aulas, sobretudo quanto à questão da hora de deitar. É importante ter uma conversa com o seu filho sobre os novos horários e sempre que tiver que ir para a cama, informe-o antecipadamente. O seu filho sentir-se-á menos tenso se souber o que vai acontecer e deitar-se-á com menos resistências.
· Procure também adotar um discurso que promova a importância da aprendizagem e reduza os aspetos negativos da escola, transmitindo à criança que a escola é um lugar bom e repleto de experiências ricas, onde irá brincar e aprender coisas novas, reencontrar colegas e professores e conhecer novos amigos. Desta forma estará a ajudar a criança a sentir-se mais entusiasmada e menos ansiosa.
· Sabemos que também os pais vivem o regresso às aulas com alguma ansiedade: será que ele se vai dar bem na escola? Será que fará amigos? Como será a relação com os professores? Será ele um bom aluno? No entanto, os pais, como adultos que são, devem aprender a “isolar” os seus sentimentos mais ansiosos, para que os filhos não sintam que também os pais estão assustados e, assim, aumentarem a sua própria ansiedade.
· Incentivem as crianças e jovens a expressarem as suas emoções, disponibilizando-se para o diálogo e validando o que sentem relativamente ao regresso à escola. Assegurem à criança ou jovem que é natural ter sentimentos diversos (por exemplo, entusiasmo, alívio, preocupação e zanga) nesta situação
· Por outro lado, e tendo em conta as circunstâncias em que vivemos, é importante enfatizar o papel da criança/jovem em manter-se saudável protegendo-se a si e aos outros, sublinhando que devem focar-se nas coisas que podem controlar (ex. seguir as regras, adotar práticas de higiene, usar a máscara...) em vez de nas coisas sobre as quais não têm controlo.
A entrada na escola, o inicio de outro ciclo, a mudança de escola, ou mesmo o retomar das aulas, apesar de constituir um período passível de criar alguma ansiedade e dificuldades para as crianças, não deixa de ser um momento de crescimento, se for gerido e ultrapassado da melhor forma, sempre com o apoio dos pais!
// Artigo escrito por Sílvia Oliveira (Psicóloga)
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