
Hoje, 17 de Novembro, assinala-se o Dia Mundial da Prematuridade.
De forma a contextualizarmos muito rapidamente, considera-se um nascimento prematuro aquele que ocorre antes das 37 semanas de gestação. Sendo que 1 em cada 10 bebés é prematuro!
E porquê a importância de falarmos disto? Porque as consequências de um parto prematuro não estão presentes apenas a curto prazo, mas essencialmente a longo prazo, à medida que a criança se vai desenvolvendo.
Os bebés nascidos prematuramente carregam consigo uma maior probabilidade em desenvolver uma variedade de problemas ao longo do seu desenvolvimento. Entre os quais estão:
· Problemas de comportamento e da linguagem;
· Dificuldades no funcionamento cognitivo e de aprendizagem;
· Dificuldades relacionais e sociais;
· Assim como uma maior probabilidade em desenvolver perturbações alimentares e do sono, dificuldades psicomotoras, e problemas emocionais.
Daqui surge a necessidade e a importância da monitorização deste desenvolvimento, como a necessidade de, em situações de risco de alterações do desenvolvimento, realizarmos um diagnóstico da condição mental da criança o mais cedo possível para que se possa intervir e compensar os défices precocemente, evitando desta forma o agravamento da condição da criança.
Uma avaliação precoce e compreensiva permite uma intervenção preventiva, educativa e terapêutica, orientada para as necessidades específicas detetadas o que irá permitir determinar se a criança está, ou não, a adquirir as competências básicas da etapa esperada. Enquanto a avaliação continuada, numa fase crucial do crescimento mental, vai permitir observar o ritmo de desenvolvimento e determinar os momentos em que emergem novos processos cognitivos e a criança começa a dominar as estratégias essenciais para a aprendizagem escolar.
Mas atenção, o facto de serem bebés prematuros não evidencia uma relação causa-efeito no que diz respeito aos atrasos ou problemas desenvolvimentais. Esta perspetiva não linear, entre os fatores de risco da prematuridade e os problemas decorrentes no desenvolvimento, permite-nos refletir sobre o fenómeno do desenvolvimento infantil e a importância da influência do meio e da estimulação no desenvolvimento global da criança, condicionando-a ou potenciando-a, através das interações e relações que vão sendo estabelecidas com diversas pessoas e contextos.
E para terminarmos, a mensagem que pretendo deixar é a consciencialização dos pais e cuidadores da importância desta intervenção e, mais fundamentalmente, da importância de um papel de alerta ativo, funcionando como co-terapeuta no acompanhamento da criança.
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